Viagem a Salamanca – Abril 2008

Viagem a Salamanca – Abril 2008

NA CIDADE DOS ESTUDANTES E DAS CEGONHAS.

Seguindo a tradição de levar os alunos de inglês a Inglaterra para melhorarem a sua prática na língua, o The English Centre organizou em Abril, pela primeira vez, uma viagem a Espanha para os seus alunos de espanhol. Salamanca foi o destino escolhido e o balanço é extremamente positivo.

O bom tempo acompanhou a viagem que o grupo de alunos de espanhol do The English Centre fez até Salamanca, cidade histórica espanhola. A professora Paloma Ruano Silva acompanhou os alunos que, assim, tiveram a oportunidade de praticar a língua no seu habitat natural, convivendo com os nativos falantes e observando como se processam as conversações reais.

O grupo viajante era bastante homogéneo e multicultural, o que ajudou a que a viagem fosse não apenas educativa, mas também divertida. Olena Gomes, ucraniana que está há nove anos no nosso País, foi uma das viajantes. Técnica de controlo de qualidade, gostou imenso de Salamanca e dos seus monumentos. “Há uma grande diferença entre os monumentos de Salamanca e os da Ucrânia e Portugal. E estar ali a falar com os espanhóis foi uma boa experiência, pois aprende-se ainda melhor as expressões”, afirma. Justino Sobreiro, Engenheiro Agrónomo na multi-nacional holandesa Van Amerongen, assinalou a visita à Catedral de Salamanca como o momento mais marcante da viagem, pela sua envolvência arquitectónica. “É uma cidade cosmopolita e gostei de ver tantos estudantes”, acrescenta. Marla Gomes, médica anestesista, gosta de aprender e, com as suas gargalhadas e boa disposição, adorou o convívio com os colegas. “Estas viagens são extremamente importantes para verbalizar e tirar dúvidas de um modo simples e espontâneo”, acredita.

Para a professora, Paloma Ruano Silva, a experiência também foi muito positiva. “Os alunos corresponderam às expectativas quanto à sua capacidade de conversação, o que me deixa muito orgulhosa”, afirma. Curiosamente, apesar de ser espanhola, só conhecia Salamanca de passagem, pelo que a viagem acabou por ser também uma experiência intensa para si. “Foi uma oportunidade para conhecer a cidade.” Para ela, sem esquecer a história, “o ambiente da rua, o convívio e o calor humano foi o mais marcante”, conclui.

A cidade

Banhada pelo Rio Tormes e pertencente à Junta Administrativa de Castilla y León, Salamanca é uma das mais históricas cidades de Espanha, possuindo inúmeros monumentos, como a universidade, a Sé Velha, a Sé Nova, diversas igrejas, capelas e casas nobres e senhoriais, com a maior parte dos monumentos antigos construídos em arenito. Considerada como a cidade onde mais correctamente se fala o castelhano, tem uma população de quase 180 mil habitantes, sendo que mais de um quarto são estudantes. A isso não será certamente alheio o facto de ter uma forte tradição estudantil e académica. O primeiro Colégio de Espanha foi aqui fundado, no Séc. XV, e passaram pela sua universidade, fundada em 1218, nomes como Miguel de Unamuno, Lope de Vega e o autor de “Dom Quixote”, Miguel de Cervantes. Frei Luís de Leon foi um dos catedráticos mais famosos da universidade. Perseguido pela Inquisição esteve preso durante 5 anos. Quando regressou à faculdade iniciou a aula dizendo: “Como dizíamos ontem…”.

A tradição estudantil da cidade é tão grande que numa das capelas da Catedral Nova ainda se celebram casamentos dos antigos alunos da universidade. Eram quarenta as faculdades que constituíam a Universidade Pontífice no seu auge, que era apoiada directamente pelo Papa, pela sua elevada capacidade de produção de intelectuais. Por isso, o símbolo da universidade é o mesmo do Vaticano.

Uma das características mais curiosas sobre a cidade de Salamanca é a enorme quantidade de cegonhas que têm o seu habitat nas torres e pináculos de igrejas e catedrais. A cegonha é um símbolo de sorte e bons augúrios para os espanhóis.

Em termos de monumentos, destaque para a Catedral Nova, gótica, construída entre 1513 e 1733. Levou 220 anos a concluir e foi a última do seu estilo a ser edificada em Espanha. Os vitrais partiram-se com o terramoto de Lisboa e a sua torre, com os seus 106m de altura é a mais alta das catedrais góticas da península. Também a Casa das Conchas é um local a visitar, tendo sido construída para habitação do professor universitário D. Rodrigo Arias Maldonado em 1490. O seu nome deriva do facto de possuir 344 conchas esculpidas, símbolos do apóstolo São Tiago, já que Salamanca fica na rota de um dos caminhos da cidade do apóstolo.

A Plaza Mayor é outro local de visita obrigatória, sendo o centro nevrálgico da cidade, símbolo da organização administrativa e poder do estado. É um local simétrico, elegante e ensolarado, onde todos os habitantes, jovens e menos jovens, se encontram, e é frequente ver grupos de estudantes sentados no chão a conversar. A praça é o símbolo da apetência dos espanhóis saírem á rua para passear, tomar um copo, comer tapas, conviver e falar interminavelmente.  

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